Segundo professor Cícero Galli Coimbra, do departamento de neurologia da Universidade Federal de São Paulo, os ácidos graxos ômega 3 são utilizados pelo organismo humano para a produção de diversas substâncias protetoras recentemente descobertas, e que têm o objetivo de prevenir a ocorrência de doenças crônicas inflamatórias. Crianças portadoras de hiperatividade e deficiência de atenção têm tido o seu comportamento e aproveitamento escolar normalizados com a suplementação de ácidos graxos ômega-3. Efeito benéfico similar tem sido obtido no tratamento de pacientes portadores de esclerose múltipla, Parkinson, depressão, distúrbio bipolar e esquizofrenia Alimentação supre as necessidades desse óleo benéficoMito. “O consumo de peixes pela população brasileira é baixo, atingindo em média, cerca de nove quilos por habitante, anualmente, sendo que a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura [FAO] e a Organização Mundial da Saúde [OMS] recomendam 12 kg/habitante/ano”, afirma a especialista. Ela lembra ainda que nem todos os peixes contêm as mesmas quantidades de ômega-3. “De acordo com um estudo publicado pelos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, os peixes brasileiros e o salmão de cativeiro apresentam baixos teores dessa gordura”. Profissionais da saúde recomendam o consumo de até um grama de ômega-3 por dia.
É essa diferença na distribuição da gordura corporal que determina o peixe ser rico ou não em ômega 3. Por exemplo, dentro as melhores fontes de ômega 3 encontramos o lambari, a merluza, a pescada fresca e o salmão Por outro lado, os peixes chamados de “peixes magros” possuem gordura acumulada apenas na região do fígado. Portanto, apenas os peixes gordos são considerados boas fontes de ômega 3 Na verdade, nem todos os peixes são fontes de ômega 3. Além disso, mesmo os que são fonte, podem não conter a quantidade adequada de ômega 3 por alguns motivos.
“Os peixes que têm maior concentração de mercúrio são os que estão no final da cadeia alimentar, e não é recomendável consumi-los mais do que duas vezes ao mês”, disse à BBC Andrei Tchernitchin, presidente do Departamento de Meio Ambiente da Escola de Medicina do Chile O consumo de peixes e frutos do mar com concentração de mercúrio pode trazer problemas para os sistemas nervoso, digestivo e imunológico, além de afetar pulmões, rins e olhos.
De pouco em pouco, o brasileiro está botando peixe no prato. Pelos dados oficiais, o consumo per capita cresce modestamente e hoje chegamos a 10,6 quilos por ano – índice abaixo do preconizado pela Organização Mundial da Saúde, que é 12 quilos. Embora a FAO, o braço das Nações Unidas para alimentação, estime uma ingestão nacional de 14,5, ainda assim ficamos aquém da média global, que beira 20 quilos anuais por pessoa.
Diversas organizações mundiais recomendam diferentes quantidades de EPA e DHA, mas a maioria dos especialistas em ômega-3 recomenda que adultos consumam diariamente ao menos 250 mg de ômega-3 EPA e DHA (equivalente a duas refeições com peixe gordo por semana) para manter a boa saúde geral e prevenir deficiências.
O ômega-3 ajuda apenas o coração?
“O principal benefício desse ácido graxo está relacionado ao coração, atuando na redução de triglicerídeos. Porém, por conter EPA e DHA, ele também está associado à melhora da sensibilidade à insulina, reduzindo o risco de diabetes tipo 2”. Além disso, conforme a nutricionista, o ômega-3 ajuda no tratamento da depressão, aumentando a produção de serotonina, dopamina e noradrenalina; e ameniza os sintomas da artrite reumatoide, bloqueando as enzimas responsáveis pela inflamação.
Para Hellen Kato, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), muita gente dispensa essa fonte de gorduras boas, proteína e minerais porque o preparo é trabalhoso. “Estamos perdendo para a conveniência”, lamenta. Mas que tal se esforçar em nome do paladar e da qualidade de vida? Segundo o chef e pescador Cauê Tessuto, de São Paulo, não existem amarras na cozinha. “Cada um tem sua base cultural e deve usar os ingredientes como achar melhor.”
Normalmente, quando se trata de gordura, as pessoas sempre associam a problemas de saúde, especialmente ao aumento do colesterol, que causa danos no coração e obesidade. Porém, nem todo lipídeo, que é um nutriente essencial para manutenção do bom funcionamento do organismo, deve ser retirado do cardápio. Existem vários tipos de gordura benéficas, incluindo os ácidos graxos poli-insaturados como os ômegas 3, 6 e 9, que auxiliam o sistema cardiovascular, além de serem importantes durante a gravidez.
O peixe tilápia é uma ótima fonte de proteína com baixo teor de gordura. Ele é um alimento incrível. Mas por ser considerado um peixe magro, não é uma boa fonte de ômega 3 :/ Caso acredite não consumir peixes gordos como: salmão, atum, linguado, pescada e sardinha por exemplo, provavelmente a recomendação de suplementação de ômega 3 para você é recomendado. Procure um profissional da saúde habilitado (nutricionista ou médico) e conversa com ele a respeito =)
Você costuma consumir alimentos ricos em Ômega 3? Deixe nos comentários sua opinião a respeito ;). Até o próximo artigo.
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