Hoje soa bizarro, mas no Egito de 3 mil anos atrás mumificar e enterrar gatos em sarcófagos era sinal de amor e veneração. Os egípcios até tinham uma deusa-gato: Bastet, símbolo da fertilidade, maternidade e da sexualidade feminina. Foi para ela que os bichinhos acabaram sacrificados. Milhares de anos depois, os gatos ainda mantêm o prestígio conquistado no Egito e um certo domínio sobre os homens. Abrimos nossas casas para eles, isso sem pedir muita coisa em troca além de companhia. Mas nem sempre foi assim. Ao longo da relação, a humanidade amou e perseguiu o pequeno felino, em uma trama ao mesmo tempo sagrada e profana, que você verá nas próximas páginas Registros encontrados no Egito Antigo, como gravuras, pinturas e estátuas de gatos, indicam que a relação desse animal com os egípcios data de pelo menos 5 000 anos. Elementos encontradas em escavações indicam que, nessa época, os gatos eram venerados e considerados animais sagrados. Bastet (Bast ou Fastet), a deusa da fertilidade e da felicidade, considerada benfeitora e protetora do homem, era representada na forma de uma mulher com a cabeça de um gato e frequentemente figurava acompanhada de vários outros gatos em seu entorno.
Na verdade, o amor dos egípcios por esse animal era tão intenso que havia leis proibindo que os gatos fossem “exportados”. Qualquer viajante que fosse encontrado traficando um gato era punido com a pena de morte. Quem matasse um gato era punido da mesma forma e, em caso de morte natural do animal, seus donos deveriam usar trajes de luto.
Os gatos pretos estão muito associados à crenças e superstições. Na Idade Média, acreditava-se que os gatos pretos eram bruxas transformadas em animais. Por isso, a tradição diz que cruzar com um gato preto é sinal de mau agouro. Em outras culturas, os gatos dessa cor são reverenciados, estando associados a presença de boa sorte. Os animais de cor preta frequentemente estão presentes em histórias de suspense e terror. Um conto muito popular tratando desse animal é O Gato Preto, de Edgar Allan Poe, onde o autor responsabiliza o animal por uma série de acontecimentos sobrenaturais presentes na narração. Histórias desse tipo acabam levando algumas pessoas a desenvolverem um medo patológico de gatos, que é denominado ailurofobia Devido ao fato de serem exímios caçadores e auxiliarem no controle de pragas, por muitos séculos os gatos tiveram uma posição privilegiada na Europa cristã. Porém, no início da Idade Média, a situação mudou: gatos foram acusados de estarem associados a maus espíritos e, por isso, muitas vezes foram queimados juntamente com as pessoas acusadas de bruxaria. Até hoje, ainda existe o preconceito de que as bruxas têm um gato preto de estimação, sendo esse animal associado aos mais diversos tipos de sortilégios; dependendo da região, porém, podem ser considerados animais que trazem boa sorte. É muito comum ouvir histórias de sorte e azar associadas aos animais dessa cor.
Quem é gateiro de carteirinha sabe que ter um gato em casa é tudo de bom. Com seu jeito carinhoso, fofo e divertido, os bichanos sempre levam alegria por onde passam.
Os gatos que vivem sob cuidados de humanos podem viver mais de 20 anos. Para que atinjam tal idade, é recomendado que a partir dos oito anos de idade esses animais sejam submetidos a um tratamento diferenciado, envolvendo alimentação diferenciada, consultas veterinárias e exames de saúde regulares. Cuidados gerais devem ser intensificados nessa fase, sobretudo o asseio com os dentes, que devem ser limpos e inspecionados semanalmente. Os olhos e ouvidos também devem ser focos de cuidados especiais, pois esses órgãos vão, aos poucos, tornando-se menos eficazes.
Apesar da fisiologia do gato ser essencialmente orientada para o consumo de carne, é comum que os gatos complementem a sua dieta carnívora com a ingestão de pequenas quantidades de ervas, folhas, plantas domésticas ou outros elementos de origem vegetal. Uma teoria sugere que este comportamento ajuda os gatos a regurgitar em caso de difícil digestão; outra teoria aponta que ingerir pequenas doses de vegetais fornece fibras e minerais diversos, não presentes em uma dieta exclusivamente carnívora. Neste contexto, é necessária prudência aos donos dos gatos porque algumas plantas podem ser venenosas para os animais. As folhas de algumas espécies de lírios podem causar dano nos rins, que pode mesmo ser fatal; também as plantas do género Philodendron são venenosas para os gatos Em situações de caça, os gatos alimentam-se de insetos, pequenas aves e roedores. Os gatos não-domesticados, abandonados e sem dono, ou gatos domesticados que se alimentem livremente, consomem entre 8 a 16 refeições por dia. Apesar disso, os animais adultos podem adaptar-se a apenas uma refeição por dia. Os gatos não produzem a sua própria taurina, que consiste em um ácido orgânico essencial para a vida dos mamíferos. Como essa substância está presente no tecido muscular dos animais, o gato precisa se alimentar de carne para sobreviver. Assim, os gatos apresentam dentição e aparelho digestivo especializado para processamento de carne. O intestino diminuiu de extensão ao longo da evolução para ficar apenas com os segmentos que melhor processam as proteínas e gorduras de origem animal.
Muitos humanos são alérgicos à glicoproteínaFel d 1, presente na saliva dos gatos e transmitida em contato com a pele ou com o pelo do animal. A glicoproteína Fel d1 pode gerar espirros, irritação das vias respiratórias e, em casos mais agudos, asma, rinite e outras reações alérgicas. No dia 24 de setembro de 2006, a empresa biotecnológica Allerca anunciou o começo da criação dos primeiros gatos hipoalergênicos. Além disso, existem algumas raças de gatos que produzem pequenas quantidades da proteína responsável pela reação alérgica, não causando, deste modo, problemas às pessoas sensíveis.
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